sábado, 30 de março de 2013

DLX

Vazia, foi encher-se com o prazer do primeiro beijo,
misturando o gosto do homem com o gosto do que saiu de sua costela.
A loucura veio quando acordou,
o choque com a realidade e o conformismo também.
Depois de lavar o corpo e adoçar a boca amarga,
pensou naquele que havia deixado.
"Não há musica que valha um amor,
não há amor que me tire a poesia."
E se só a foça me faz poetisa,
que Deus exista e me faça amar,
fazer amor, lágrima e poesia.

domingo, 17 de março de 2013

Amarga vida.

E a cabeça, que vivia limpa, se encheu do gosto ruim que é a amargura. Não se trata de infelicidade, só do desejo de não ficar mais sozinha, mesmo quando em multidão. Os olhos se enchem de água por pensar que o amigo mais proximo está infeliz e inseguro. É egoista pensar assim, mas também é egoista não pensar em nada.

O tempo resolve! Mas quanto tempo a gente tem? É incerto demais deixar tudo pro tempo curar. Os dias desse tempo são lentos, são pesados, nos deixam acumular lenços e mais lenços de lágrimas.


Maldito mundo paralelo que nunca vi! Nem a roça, nem o mato. Nem a margarida me renovou. Amarga. Adoça, vida.

Esse encosto não é meu.

Ê encosto danado!
Me fez deixar poesia de lado,
pra curar o mau olhado.

Nem pra me livrar o domingo,
que de santo só tem nome,
pra eu fumar um cachimbo.

Levou o fumo, trouxe o marimbondo,
que além de me judiar,
deixou um calombo.

Ê encosto maldito!
Faça da minha prosa uma praga,
pra que teu cavalo empine,
e tua roça seja queimada!