sexta-feira, 26 de abril de 2013

EDAZIMA

Pra chorar, pra contar,
pra planejar e sentir medo.
Pra estressar, entediar,
pra descabelar e surtar.

Pra sentir vergonha, pra se conhecer,
pra dizer que ama e que é pra sempre.
Pra rir na marola, pra andar na neve,
pra correr e nadar.

Conhecer amizade, conhecer o 'estar junto'.
Aprender que é preciso reinventar-se todo dia,
renovar-se pro olho do outro.

Ter amigo é infinito, é bonito.

Para Ivone.

Ivone é bonita, tem três filhos e depressão. Comprou leite e nescau, saiu de casa pra ajudar o irmão. E pensar. Ivone não consegue esquecer dos amigos que se casaram e sumiram, que a olham de cima. Mas Ivone não é triste. Ela sorri e conta que também já caiu, que só não se casam com ela por não ser mais virgem.

Ô, Ivone. Se castidade fizesse a cabeça, a moda seria ser eunuco.


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Na minha mente esse texto faz sentido, me apaixonei pela sua história no momento que vi seu olho cheio de lágrima. Nem santa, nem bêbada. Mas boba.
Descobri suas mentiras.


Seu porco.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Detalhe rimado.

"Deus não leva a sério os apaixonados".
Que são loucos, desvairados,
que alimentam de amor a esperança.
"paixão é o nutriente da insegurança".

Quem não se apaixonou tem certa teoria,
"eu não comeria no mesmo prato todo dia".
Apaixonado se enfurna, se afunda,
consegue viver de quarto, cigarro e bunda.

Quem desapaixona quebra o feixe.
"Em águas calmas tem peixe",
"que não quer ser fisgado".
E se for, é pra ser namorado, ser amado.

Quem foi ferido é até sortudo, lá no fundo.
Perdoar é aceitar que acreditou em tudo,
que apostou no amor e mesmo que o fim tenha chegado,
acreditou que estaria pra sempre enamorado.

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Apaixonado é um ser privilegiado,
Que passa o dia passeando em nuvens,
Olhando no relógio, querendo correr o tempo.

Hoje a lua me ajudou mesmo, me deixou em paz. Dei sorte de achar aleatoriamente dois filmes brasileiros que não são geniais, mas que me trouxeram pensamentos positivos com relação à intensidade que eu vivo o mundo. As frases entre aspas foram retiradas dos filmes.

"Malu de bicicleta" - 2011,
"A mulher do meu amigo" - 2008.

Bom dia!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Lua.

Hoje me forcei a escrever. Tentei por meia hora e não rolou. Peguei no sono, tinha MUITA coisa pra fazer. O dia foi piorando, tava tudo tão ruim, tão triste. Ter que mudar de casa, refazer meus planos da mudança que antes estava prevista, contar grana, cobrar dinheiro emprestado. Coisas que me deixam mal, incomodada de fazer. Desisti de tudo, pensei que esquecer toda a merda e as falhas do dia seria relaxante. Não deu. Me senti tão presa à isso que resolvi sair, tentar me resolver na rua. Na porta de casa, encontro a lua. Cheia, branca e LINDA. Não sou ligada à lua cheia, tenho certo receio do que ela pode me trazer pelos traumas vivido com os filhos dela. Eu gosto de lua. Crescente principalmente. Pelo símbolo, pela luz fininha que ela reflete. Mas hoje, essa lua me deu uma energia bacana, talvez suficiente pra essa semana de procura, reflexão e rearranjo. Me trouxe uma vontade imensurável de escrever, de ler coisas novas. Sim, pode ser só o primeiro baque e dentro de umas horas essa ansiedade toda passe e eu volte a travar a cabeça nos problemas. Prefiro pensar que não, que tenho força na peruca de novo e que estar bem e sozinha deve ser aproveitado de forma brilhante.


Não sei se consegui descrever o que passou.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Meteoro.

Me deixa ir, sumir.
Me encontro e você me perde, me faz ser monstro.
Segue a arte, que de ti já faz parte.
É novidade, você também vai destruir.
Some com esse duo de sol e lua.
Vá mendigar mais carinho, dinheiro e menina.
Discuta com a nova as boas novas.
Aproveite a noite dos meteoros, se joga do céu.
Me deixa ir, sumir.
Me vejo de novo triste, me fez ser tola.
Segue sua mentira, ela é sua.
Não é novidade, você fode (em) toda parte.
Sumo com meus textos teus.
Vá assistir quem te agrada, divida sua almofada.
Discuta com a nova as péssimas velhas.
Aproveite a noite dos meteoros, me xingue pros céus,
ou pra quem quer que seja (hoje) sua lua, seu sol, sua menina (de rua).

domingo, 21 de abril de 2013

Contemplar.

Vivo em estado contemplativo. Olhar parado em toda riqueza, que faz meu ocio produtivo. Escrevo, penso. Me orgulho de pequenas coisas feitas por mim e pelos outros. É tudo tão bonito, pra que pirar, se decidi o que quero fazer, colher. Nada me faz falta.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Narcisando.

Essa espécie de loucura, Que me tira o chão, Me arranca o sono, E prende meu pulmão. Nem puta, nem santa, só doida. No impulso da noite fria, Cai no erro gostoso de se deitar, E deleitar. A sensação estranha de ser eternamente substituída, Por qualquer peça fria, De mármore, de carne. Essa dor de quem não ama, De quem não quer nada, Só cama, comida e noite passada. Passa hora, passa dor. Chega de pranto, de desamor. Preciso fugir do que existe aqui, No fundo do poço, na fossa, Que não é triste, só solitária.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Olhar Atento, Boca Calada.

É ela quem vai falar! Fala o vento, as folhas e os pássaros. Tem terra que virou barro. Rio que virou areia, hoje é lama. Tem gente que ficou bonita, Pessoas que amei por cima da cama, Até ver que minha paixão é pelo novo, não pela mama. O antigo é o chato que reclama e se faz de entendido. Tenta guiar o caminho, a cada metro uma piada de destruição. Atentos no caminho, homens! Se não tiver silêncio, não tem vento, folha e pássaro. Não tem bairro pobre e a realidade estampada, na cara, vomitada. Pé no chão e "Casa Engraçada", que tinha teto e não tinha mais nada. Não tem mãe e filho se cuidando, dando amor e se entendendo. Se não houver boca calada, a vida passa. Passa pelo olho que está fechado de tanto forçar pra manter a pose. Eu gosto é de poesia, Do café da manhã da Maria, Que tem caneca de lata com café, Manteiga do pão se passa com colher, e alegria tem sempre mais na despensa. É, é essa Maria que me tira da descrença: "O olhar atento e a boca calada"

sábado, 13 de abril de 2013

Deu Saudade.

Quando eu me curava sozinha, sentia que as coisas iam e vinham leves, e que o amadurecimento era pura independência mental. Hoje me sinto dependente, triste e sozinha. Estou cansada de gente entrando na minha vida e saindo junto com um furacão emocional. Perco a leveza assim que a encontro. Andei em ruas erradas, agora me vejo dessa forma: vazia e produtiva, doida pra construir a beleza que é ter um relacionamento saudável, seguro e poético. --- Deu saudade de quando eu tinha e sentia o amor.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Ex-Cadente.

"Sabe, tia, quando eu olhar uma estrela cadente, vou pedir pra ela fazer o 'bloco do caveira' nunca mais aparecer!"

Sábado foi um dia tão bom! Fiz duas amiguinhas e conheci um punhado de gente. No bate papo com as amigas, Maria Clara (7) e Sâmia (6), pude reviver uma sensação deliciosa, que misturou alegria extrema, com amor efêmero e esperança.
Alegria EXTREMA de ver duas crianças corajosas (elas já atravessam a rua!), que se divertem e contam a realidade triste (do ponto de vista de quem não passou por isso) com um sorriso muito sincero no rosto. O amor que eu senti foi tão puro e bonitinho, com tempo certo pra acabar, mas lindo.

Esperança. Na cabeça de uma doida que redescobriu a amizade de verdade, o que faltava era esperança. Sentir que sempre haverá alguém pra mim, independente do modo, existirão pessoas dispostas a dar a mão. Esperança essa que me fez escrever, sentir vontade de sair de casa e aceitar ajuda sim, mas de quem me quer bem. Afastar as desilusões e as escolhas erradas, que minha cabeça de doida fez pensar serem certas.

Tudo está escuro na minha cabeça, não tenho mais graça, nem gosto do que escrevo. Mas tem tudo dado tão certo, tudo indo tão bem. Talvez seja a reação normal de uma pessimista, que jogou em algum canto [e tá dificil de achar] o "não pensar" e calçou o "remoer" pra não ficar descalça. Decisão inconsciente, do fundo da cachola.

Estou tendo ideias que não consigo tirar de mim, elas não conseguem ir para o papel!

Acho que é nessa hora que eu devo me lembrar das menininhas, que são corajosas e otimistas. Que me trazem esperança, de certa forma.



Enfim, bom dia!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Poesia sem mentira

Um pouco de preguiça da mentira.
Fingimento também é mentiroso,
e talvez pior do que tudo dito em 1ºs de abril.
Preguiça da arte forçada, pra chocar.
Quem choca é galinha, quem mente é humano.
Como disse um amigo meu,
corajoso é aquele que não sente medo em ser ele mesmo,
mas representa isso com a nudez.
Sinto ter que discordar.
Corajoso é aquele que é sincero com sua arte,
que não ultrapassa limites do outro,
e que choca, sem querer e sem estar despido,
com teu enorme falo cultural.

Arte, pra mim, dá pra fazer sentado,
sozinho no mato, de biquíni ou de calção.
Porque poeta é corajoso só de se dizer poeta,
nesse mundo de charlatão.