segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sempre nevando.

Ah, mas se ele soubesse que eu já pensei.
Pensei repensei, me calei me privei.
Se ele soubesse, raiva de mim não sentia.
Se bem que não sai raiva de um coração com excelência.
Excelência em amar, foram tantas experiências,
que me imagino perdendo a paciência.
Depois me acho tola, menino falou,
deixou recado, escrito, desenhado.
Precisa de fato uma resposta, bem dada,
texto embasado,
pra que os versos dele, copiados e tão lindos,
possam por mim não ser repelidos.
Mesmo negando, evitando,
vou acabar abraçando e, ah,
lá vem fim.
Ou é só o pessimismo falando?
Há quanto tempo eu nao sentia meu corpo dançando sem controle? A gente se esquece durante o caminho, acaba tratando tudo com uma imensa preguiça. Acha os rolezinhos um saco, a bebida quente, a música baixa... E eu que me sentia a rainha de suportar qualquer saída percebi estar ranzinza pra caralho. Todos os momentos são lindos, e não to me deixando levar pela bebida, eles são mesmo lindos. O prazer de amar o lugar e as pessoas que lá estão somente pelo fato de estarmos em sintonia, foi um momento que eu precisava recordar. A perda de controle te faz perceber os limites e expurga todo o resto de tristeza que amarga o peito.


Nuvens E Chaves

Quando um amor se finda, o corpo passa por uma fase de "desamorização" natural ao longo das semanas, acontece um processo que eu costumo dividir em duas partes: andar sobre nuvens e perder as chaves.

O nível mais difícil de sair é o andar sobre nuvens. Ele exige certo esforço e muita vontade de desamorizar o velho, e geralmente é mais fácil pra quem deu o pé e não levou. A sensação de estar flutuando, perdida no pensamento, sem definir as vontades (de comer, dormir, sair) são essenciais pra perceber se está nessa fase. Você anda por uma nuvem cinza que te impede de ver o que está na ponta do nariz.

Perder as chaves, é como se o amor fosse seu molho de chaves, e você o tivesse perdido em algum canto. Bate aquele sentimento de 'esqueci alguma coisa' em todo lugar, uma vontade desesperada de achar logo o molho ou fazer uma nova cópia. É o buraquinho no coração sem chave pro encaixe.

Mas quinta-feira, eu que já havia descido das nuvens, encontrei uma chavinha que também encaixava no meu peito. Não era amor, nem uma chavinha, de fato. Era só um pedaço de mim que decidiu voltar: autoconfiança, sensação de estar inteira no próprio corpo, pisando no chão.

Essa chave, de encaixe perfeito, me fez mais feliz.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Quando Neva Dentro De Mim

Era tarde da noite e nevava. Meus pés não conseguiam deixar de seguir o ritmo da música, assim como minha cabeça não conseguia processar aquele tanto de frases. Não sei se deixei claro que nevava, mas nevava. No fogo cruzado consegui manter a calma, respirei em quatro tempos, mantive as palavras alinhadas no meu cérebro e na minha boca. Mas bobagem, já disse que nevava. Devia ter falado das coisas do coração, da insegurança transparente em ambos os corpos e dos meus olhos serem incapazes de olharem para os dele(s). Do fundo fui pro topo. Do topo, pra minha cama. Qualquer atitude mal pensada não vem em boa hora. Mesmo que todas as horas sejam boas pro amor, existem momentos em que a paz de espírito e consciencia são priorizadas, e todas as inverdades ou situaçoes que exijam omissão são afastadas. Palavras tão bonitas, 3 estilos de poesia, carinho, atenção e solidão. Ainda não se encaixam as tais frases, ainda não entendi o que senti, como vou precisar agir. O novo é sempre tão distante. Instiga. Te dá energia pra prosseguir sozinha, tateando novos caminhos, novos versos. Ainda estou tão boba, que devo parar por aqui.