segunda-feira, 27 de abril de 2015

Sinto que não superei sua partida,
a dos outros,
e a ideia latejante da minha.

Passo todo o tempo contando...
sejam histórias, horas,
vacilos. Conto, anoto, rasgo.

É como se nenhuma esperança
existisse.
Como se "pra quê fazer planos",
se a vida é só essa e a minha é só isso.

Tantas vírgulas na semana passada,
tanta dúvida e medo de por em prática.
"Não é possível que eu dê conta".

Meu coração já não é mais o mesmo.
Não cabe mais um,
nem mais angústia.

É mesmo uma bomba relógio,
um termômetro das coisas que me abalam.

Hoje ele acordou acelerado...
e eu, triste.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Estou tremendo.
Antes fosse no sentido figurado.
Estou tremendo de medo dos zeros.
Estou com medo da voz de quem dará o veredicto.
Estou sofrendo por antecipação,
Estou perdendo o tempo dos abraços,
Carinho, chocolate, amor.
Estou adiantando a péssima sensação.

Não consigo dormir,
Não consigo aproveitar a geladeira
E despensa cheias.
Não consegui passear,
Jogar conversa fora.
Não consegui perder as olheiras,
As cultivei como filhas.

Não sei como acabar este.
É só um desabafo torto,
Cheio de medo e solidão.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crise silenciosa de hoje

E o se sentir inútil chegou.
Agora na casa dos pais.

Tava demorando pra noite se tornar aquela tortura dentro de mim,
Onde as aflições do dia, do mundo, caem sobre meu coração,
E minha cabeça acelera, e eu me sinto o eixo da Terra.

Uma bosta isso.

Reclamar pra quem?
Todo mundo vai me achar mesquinha,
E isso é sim um sentimento egoísta,
Ridículo, vazio de razão.

Uma bosta de pensamento.

A vergonha de se sentir egocêntrica,
O cansaço de se sentir doida,
A pressão se sentindo abusada.

Questão de vida ou morte.
Tudo vira abismo, exagero,
Crise.
Crise.
Crise.

Palavra idiota
E de fácil apoio.

Aceito novas ideias pra taxar esse desconforto,
Qualquer palavra que não comece com cri,
Nem termine com se.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A vida assim,

Criatividade estagnada.

Cri cri cri

Sem atividade.
Atividade nula.
Atividade imparcial
Atividade sem rumo
Atividade que não da futuro
Atividade que não relaxa
Atividade que não paga a J Fröes.

Cri cri cri

No momento que decidi ser adulta
Não coloquei os zeros dos juros
Nem planejei os honorários

Estagnei nisso que chamam de pesquisa
Dum assunto que pra mim é rotina.
Travei na inspiração do dia a dia,
Porque sempre que penso no dia,
Imagino o celular tocando:
- Endiara, temos mais um problema.

Cri cri cri

Cria. Criar.
Criar atividades.
Crio várias, desisto de todas.
Não da pra insistir quando existe dívida,
Quando existe falta de força, foco, ajuda.
As pessoas podem dividir o mesmo teto,
Mas nem sempre dividem a casa.

Cri cri cri

Existe o meu namorado, existe o meu gato,
Existe o meu celular, existe o meu quarto,
Existe o meu curso, existe o meu problema,
Existem os meus pais, existem meus amigos.

Cri.

Falta zelo. Falta amizade.
O pouco que tem precisa ser preservado,
Cultivado com mais amor, mais sinceridade.
Necessita de água, luz, carinho.

É preciso rir com,
Não rir de.

Não da pra fugir pros braços do amado enquanto o mundo cai.
Não da pra fingir que o mundo é redondo quando as peças são quadradas.
É questão de encaixe, de vontade, de malemolência.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Diria ser um encosto se não soubesse que é você
E sua energia densa, e sua poesia até bonita.
Diria ser minha grosseria se não soubesse que é você
E o que causa em mim vindo assim, "melhores amigos".
Diria ser má compreensão de ti se não soubesse que é você
E tudo que sei ler  no que digitas,  em como andas.
Diria que essas 10 horas de sono são depressão,
Se não soubesse que é tudo culpa do "ter que fazer demais".

Hoje eu sou exame, cama, sono, conta.