quarta-feira, 24 de junho de 2015

existência

existir é pouco.
o que é a carne,
o que é o corpo?

nas relações,
o que sou eu,
quem são vocês?

me vejo como um monte de merda cagada,
reproduzida, fofocada.
me vejo como um estorvo,
uma faladeira de sentimento meu,
e mau.

hoje é aniversário de uma alma que eu amo,
mas é aniversário de um dia que eu odeio.

então o que são os dias,
os significados,
a existência?

seria um apanhado de coisas, lembranças,
teorias, conflitos, opressões, blablazismos,
lágrima, solidão e vontade de partir?

que comece a contagem regressiva que eu sempre quis.
me faltava coragem. hoje sobra, junto com a bagagem.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Essa novela mexicana é MINHA vida? Desde quando? Porque?
Está feito. Só percebi agora mas, sim, é minha.
O gradissíssimo problema é que não me importo mais.
Viva, morta, vida, morte.
É tudo tão palpável, são saídas (tão) distintamente corajosas!
(insignificância)

Que não seja mais um fogo no cu da minha parte,
ou que o inferno terreno dure menos de um ano.

Há quanto tempo me sinto infeliz?
Há jeito de parar?
(insignificância)

Se disser que preciso focar na alegria,
te soco a cara e o peito.

Tô viva, e as contas chegam.
Tô viva e os abusos não param.
Tô viva e parece que vivo em terceira pessoa.
Tô viva e ver o mundo me deixando pra trás
enquanto eu sento nessa cama e escrevo,
e surto, e choro, e bebo,
é tirar de mim o resto do foguinho
que Galeano disse.

Incapacidade de ser feliz.
Incapacidade de ver alegria.
Incapacidade de receber felicidade.
Incapacidade de não oscilar.
Insignificância.

Poque, mundo, só viver é tão impuro?

à minha volta,
uma zona, uma batalha, uma gritaria.
no meu peito, muitas vezes,
a paz por poder ir embora,
sem choro, nem vela,
nem foto, nem lamento.
Insignificância.