É o êxtase do sexo com o cheiro de cigarro impregnado no quarto.
As mãos trêmulas, ainda bobas, procuram a garrafa d’agua esquecida no chão. O
cabelo grudado na cara atrapalha olhar as horas, mas o tempo praquilo não tem hora.
Por convenção ela se veste e vai lavar o rosto, a luz do dia a repele. A
certeza do incerto é a base, a sinceridade e a impulsividade são a liga.
A
liberdade de acordar amanhã e ir embora sem ter que fugir ou faltar com a educação
de não aceitar um café faz o imã da cama funcionar. As cores de Nanã acalmam os
olhos, e a leveza do sentir preenche a alma, que ficou vazia de tanto dar amor.