quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Vista criativa

Cê descobre um mundo que tava na fuça.

Quando não se acha culpada, culpe o outro.
É burro, tá errado.
Foi assim. Criei o recorte que quis
Também neguei o que eu quis.
E nele eu era preguiçosa, não depressiva.
Num sabia que o fim do caminho era um precipício.
E ali, quem se faz de passarinho, voa.

Bota força no pra frente.

sábado, 24 de junho de 2017

Olha aqui

Pedindo pra ser vista, quista.
Isso nada tem a ver com amor de alguém.
É aqui, falta de amor meu comigo,
falta de fechar tudo que abri,
e abrir tudo o que liga meu presente com o futuro.

Mas é duro o caminho
quando nem do portão eu passo.
A ideia não é voltar pro ninho,
é me abraçar com carinho, criar laço.

Lindos os dias de sol.

A alvura da minha pele entrega:
só vejo a fluorescência do escritório.
Tem dias que nem como,
na esperança de não misturar coisa boa
com energia ruim.

Os banhos passaram de relaxantes
pra desfedorantes.
A toalha virou lenço,
o travesseiro virou pia.
Meus olhos uma cachoeira,
e na minha cabeça esse tanto de asneira.

Rimo aqui, rimo lá...
Mas nessa (tentativa de) métrica,
a única coisa que se encaixa
é que sei lá.

Nublado, mas só aqui dentro.
O sol que racha lá fora não rela em mim há dias.
Semanas trancada aqui,
Anos trancada em mim.

De poesia essa angústia nada tem.
Pedi inspiração e me veio a crise.
Pedi paciência e veio a chulapada!

Conviver com a gente pode ser desastroso.

terça-feira, 21 de março de 2017

Poesias são romantizações transtornadas psicologicamente e melancólicas

Hoje eu li uma coisa dizendo "transtornos psicológicos não devem ser romantizados" e outra ligando os transtornos a uma certa "melancolia poética". Claro, as duas não foram jogadas assim, cruas, mas o ponto não será esse.

O ponto parte daqui.
Há anos eu escrevo nesse blog. Seguindo a linha do tempo, percebo que todas as histórias foram escritas em tom de desabafo, um diário que eu esperava ser lido por alguém, mas quanto mais distante esses olhos de mim, melhor. Percebo também, que a maioria das histórias (ou todas) eu não contei pra ninguém. Pra ser mais sincera, o que tem de mim aqui, o que tem de verdade, de desabafo, é muito maior do que já presenciei em todas as minhas conversas - e como capricorniana, preciso jurar que foram muitas.
O silêncio me faz triste. O não ouvir com o coração torna as pessoas reféns de outras que, em qualquer lugar, se sentem assim também e estão bombeando ouvidos. É assim que eu percebo muito da minha ansiedade, da minha insegurança, da minha forma de fugir de todo mundo, querendo, assim, afastar o que sai da minha zona de conforto. O ao vivo me estraçalha. O me ouvir por obrigação me arrebenta.

Escrevo e
Lucidez volta.
Dia pálido,
que é triste e ranzinza,
quase abre - em dias otimistas,
tem sol e sombra d'árvore.

A arte tem esse poder de preencher com o esvaziamento. Esvazia aqui, enche ali. Não acho romântica a ideia da melancolia poética, porque ela pode ser condicional. Mas daqui, desse ponto, meus transtornos são dias tristes muito produtivos. São dias que desabafo (às vezes falo sozinha) e verbalizo o que estava sentindo. Doida a vida, né? Por isso meu medo de aprender a conviver e, nesse ritmo, romantizar as ideias tristes, seguir escrevendo dor para quem estiver de passagem pela minha página. A liquidez das relações me arrepia.

Quem sofre de qualquer melancolia tem sempre "segundas-feiras", dias de criar listas e concluir metade dos itens. A mudança vem da gente, mas o caminho da "alta" não precisa ser feito sozinho. E mais uma vez, daqui desse ponto, é onde mora minha dificuldade: se nem você sabe o que fazer, como pedir ajuda? É onde a gente torce pela estabilidade mental dx amiguinhx companheirx e diz o que?

É como fazer terapia por 10 anos e ainda se perguntar quando terá alta. É como tudo isso escrito aqui: concluiu, bacana, e aí? Qual próximo passo?


Por aqui, a esperança de um dia menos agitado (por dentro).

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Todo mundo tem poesia nuszói!

segunda-feira, 20 de março de 2017

Cheguei no ponto máximo do cansaço. Da estafa, do esgotamento físico.
Não quero me desgastar com aprender, com conversar, partilhar...
Ninguém quer saber do outro. Enquanto o condenado não tá morto, tá bom. Enquanto há vida, há esperança - nem que seja em preservar a vida pra não chatear ninguém.


- E o que aconteceu?
É isso. É pouca gente pra perguntar e meu cérebro, sozinho, não consegue aliviar meu peito. É uma solidão rodeada de pequenos momentos de curiosidade sobre meu sentir.
Me excluo pra não me cansar - de mim - mas cansei. E há silêncio até nos bate-papos mentais que descolo comigo.
Não há mais assunto, não há mais interesse.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Minha cabeça tá me boicotando. Maldosa, me faz pensar que eu não sou capaz de sair de casa. Estorvo, pessoa chata, mal querida, insuportável, triste.
Só fiz chorar. Mais nada. Chorar é o que alivia a pressão na minha cabeça. Sai na lágrima tudo o que eu não disse, não fiz, não criei...
Aí vem a culpa do abandono da sanidade, culpa pelo atraso, peço furo, pelo silêncio, pelo choro e pela culpa.
Se eu pudesse descrever o que eu sinto em toda crise de ansiedade, eu diria culpa. Pq apesar de não ser a culpa em si o motivo da crise, a quebra da minha rotina me faz sentir culpa.
É como se o Ser estivesse tão plastificado, que as tristezas da vida, que as crises de ansiedade ou sei lá o que, fossem perda de tempo.



sábado, 25 de fevereiro de 2017

o que é, né,
que dá no cu da gente
que quando é
carnaval
nóis tudo sente
essa vontade doida
de dar
amor
pro álcool
e foliar,
nem que seja em casa
clicando
play
na playlist
"ser feliz"
do youtube
- que é sua.