terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Diálogo.

É estranho quando alguém pede pra conversar com a gente. Se não quis conversar na hora que fez o pedido, então a coisa é séria. Se necessita de olho no olho, a coisa é mais séria ainda.

Desde que me conheço por gente eu falo sozinha. Treino diálogos tranquilos ou raivosos na frente do espelho. Quando estou sem mais ninguém perto a coisa piora, falo sozinha fazendo qualquer outra coisa, inclusive assistindo a filmes.

Essa necessidade de criar uma espécie de roteiro mental para qualquer tipo de situação é comum na minha casa. Já peguei minha mãe ensaiando broncas, minha irmã ensaiando alguma ligação e até meus cachorros murmurando algo mais que um latido.

Nunca fui de confiar segredos à alguém. Há pouco perdi um ouvido muito bom que eu tinha perto de mim. Então tive de aprender a me virar como podia pra contar tudo que mais me afligia em certos momentos. Entretanto, toda essa necessidade de fala me fez louca por certo tempo. Havia dias que eu não pronunciava uma palavra o dia todo, mesmo estando com muita gente perto de mim, um sorriso era a melhor resposta ou pergunta à tudo. Então, criei longos diálogos mentais.

Inclusive a inspiração de grande parte dos meus últimos textos foi essa situação de silêncio da boca, e um mercado de peixe no cérebro. Minha válvula de escape é a escrita. O que explica meus poucos posts em momentos tranquilos da vida.

Na verdade, estou tão bêbada de sono que quase não consigo entender qual o foco do meu texto de hoje. Então vou dormir.

Beijão pra quem leu!

Nenhum comentário: