terça-feira, 6 de agosto de 2013

Morro, em cima ou embaixo.

E eu, que me resumo a coração e sorriso,
tremi com o palpitar constante dos músculos.
Descontrolados, me guiaram pro abismo da sanidade.
Caí, me tornei insana e sacana.

Andando, tentando chegar ao topo,
sendo empurrada pelas lembranças, tantas,
escorreguei e atolei, no meio do caminho,
fiquei no limite entre louca e sã.

Como se fosse um purgatório terreno,
repensei e revivi momentos, surreais.
Vida vai e vida vem, no mesmo minuto,
o irreal com o verdadeiro, uma semi verdade.

Me prendi em pensamentos mórbidos,
de morte e indignação, do abandono recente,
da vida incoerente, que nem com música acalma,
nem com cachaça, travesseiro e outra alma.

Pensava em desistir quando meus pés se soltaram.
Escalei feito um animal que escala, movimento raro.
Suja de terra, de mato e de sorte, voltei ao topo,
o ponto mais alto da sanidade humana.

Deixei a brisa me sentir, sentir meu corpo interferindo seu caminho.
Ali já não era eu, eu era a louca do outro instante.
Me recusei a sentir a brisa, troquei toques, mas não,
ali não era eu.
Eu era a doida. Eu sou a doida.

Me joguei.
Senti a insanidade entrando em mim, de forma carnal,
aguda, constante. Gostosa!
Agora eu era ela, e ela, era eu. Insanas, equilibradas.
As duas descobrindo que a loucura mantém os pés nos chãos,
sabendo que lá em cima, a sanidade fica doida pra pular.

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