quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quarta-sono

No limite entre ir e vir
meu corpo reage com inércia.
Posso tanta coisa,
devo outras várias,
mas a reação é a mesma:
estagnada.

Na cama,
rolo e enrolo,
desenvolvo estratégias pra ficar mais um tempinho,
aqui,
onde a vida me fez gente amigável.

Lá,
eu sei o que me espera,
e são coisas lindas,
lugares maravilhosos,
perspectivas positivas
sobre o mundo
futuro.

Mas, ah,
como deixar o mundo presente,
que é mesmo um presente,
sem sentir que retribuiu
ou se despediu?

Não são as pessoas,
mas as almas,
não são as responsas,
mas os processos,
não foram os amores,
mas as desilusões construtivas.

Fico aqui,
na dúvida do que seria
ficar mas
Vou pra lá,
na certeza do que será
estar mais.

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