quinta-feira, 6 de junho de 2013

Incapaz

Incapaz de levar alguma coisa a sério, ela riu. Riu assim que ele tirou a roupa, que a apertou com os dedos frios, que a olhou nos olhos com uma (in)verdade forçada e disse que ela era linda.
"Menino, não se sinta na obrigação de me encher de elogios", tem gente que não entende que não é o elogio a grande força da vida, é o suspiro! Sim, suspiro de conforto, de tesão de estar ali, da certeza de não querer estar em outro lugar.
Eu não estava a vontade. Por isso o riso. Por isso vi quando escureceu, quando clareou. Eu não estava ali. Só pensava se aquela pessoa seria capaz de me entender, de levar de maneira leve a minha ignorada nas próximas três semanas, ou de ouvir tudo que já aconteceu comigo (sem rir, chorar ou sentir pena).
Incapaz de ser direta, eu omiti. Até o fim eu sorri, me fiz amiga, me tornei confidente (confidente ouvinte). Abri o jogo pros amigos. Mas entre uma gargalhada e outra eu caí na real: estou incapaz de me sentir em paz (com alguém).