segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mão que age, tapa a boca do amor,
depois aponta o erro e a falta.
Confesso que chorei,
ainda mais quando me culpou de tê-lo feito.

Mas me desculpa, amor,
já não há ácido que corroa esse estômago,
nem mágoa que me seque as estranhas,
só a desistência de ser essa via.

Minha mão única se faz agir em letrinhas.
Tua mão anda me apontando tanto,
que te colocas na redoma do nosso amor,
sozinho, cercado de vidro, sempre à mostra.

Fico tão frágil e descrente em mim,
que desafio nosso lance durar.
Poesia concreta, direta, reta.
Não sobre amor, mas sobre mim.

Compenso em palavras ambíguas
as frases mal interpretadas por você.
Quando digo que você me faz falta
não critico, peço de volta.

Não sei como acabar a conversa,
não sei como começar uma conversa.
Acho que precisas de tempo,
se eu que te amo não mereço tua prova,
aprovação, teu carinho,
quem merece?


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