domingo, 30 de março de 2014

O fim

tem o lado bom.

Dei sorte do fim chegar num dia de chuva,
dá pra lavar a alma e atualizar status.
Ele tampa o soluço nessas telhas baratas,
abafa o som do tum tum tum doído.
Hoje eu acordei achando que melhoraria,
que faria sol e eu já teria dinheiro no banco.
Mas aí a vida deu aquela volta,
como sempre, por culpa minha.
Antes fosse por traição, por mentira,
o problema foi o excesso.
Carinho demais, amor demais.
O fim vem com cada argumento!
Antes ele era o amor nos meus textos,
era o 'ele' da minha poesia.
Ser tratado agora como fim?
Dói, dói demais.
Mas dor em dia de chuva é granizo:
só intensifica, assusta, mas também passa.
Meu amigo me disse hoje:
"Isso é fogo no cu. Amor é pra deitar no colo e dormir,
não tem que ser espetacular e cheio de dedos apontados".
Realmente, amor é pra amar,
não pra esperar, pra ansiar.
O problema é que eu sempre quero amor,
eu quero amor. Mas o amor, o fim.

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