Hoje meu coração sentiu sua falta.
Ainda não lavei a louça desses últimos dias, nem tirei sua
caminha do lado da minha. Derrubei sem querer sua bolinha, e os sininhos me
fizeram chorar a tarde toda.
Algumas pessoas já vieram me dizer o quanto isso parece
loucura, falaram que você foi só uma gata. Mas, Anita, você sabe o que foi pra
mim, né? E te perder... me deixou tão vazia, incompleta, sozinha. Tenho dias
bons, onde encontro amigos que me abraçam, que entendem a falta que um bichinho
faz. Nesses dias eu dou risada me lembrando do seu ciúme do meu notebook e da
cara de safadinha quando olhava a câmera apontada pra você.
O luto não é feio. É chato pra quem nunca sentiu necessidade
de colocar isso pra fora.
Saudades, Anitinha.
3 comentários:
Assim como sua Anita, um dia uma cachorra me adotou. Ela cuidava de mim, me fazia sentir amor tão grande que não passou. Não vai passar. Seu nome fez jus à sua breve passagem ao meu lado. Nalu. Onda. Que veio e trouxe tanto sentimento bom, uma a presença inigualável, e se foi, deixou saudade. Só quem tem um animal e o perde para a vida sabe a falta que faz. Receba meu abraço forte.
Faço das suas palavras, minhas. O mundo perdeu um pouco de sua cor sem você, Anitinha. :(
Sinto muito! Deus agora a colocou nesse céu dos gatinhos. E de lá a Anita tá olhando e cuidando de quem a cuidou. Beijo. =(
A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Sim, tenho saudades.Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste
Carlos Drummond de Andrade
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