segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Hoje meu coração sentiu sua falta.
Ainda não lavei a louça desses últimos dias, nem tirei sua caminha do lado da minha. Derrubei sem querer sua bolinha, e os sininhos me fizeram chorar a tarde toda.

Algumas pessoas já vieram me dizer o quanto isso parece loucura, falaram que você foi só uma gata. Mas, Anita, você sabe o que foi pra mim, né? E te perder... me deixou tão vazia, incompleta, sozinha. Tenho dias bons, onde encontro amigos que me abraçam, que entendem a falta que um bichinho faz. Nesses dias eu dou risada me lembrando do seu ciúme do meu notebook e da cara de safadinha quando olhava a câmera apontada pra você.

O luto não é feio. É chato pra quem nunca sentiu necessidade de colocar isso pra fora.


Saudades, Anitinha.

3 comentários:

Atner disse...

Assim como sua Anita, um dia uma cachorra me adotou. Ela cuidava de mim, me fazia sentir amor tão grande que não passou. Não vai passar. Seu nome fez jus à sua breve passagem ao meu lado. Nalu. Onda. Que veio e trouxe tanto sentimento bom, uma a presença inigualável, e se foi, deixou saudade. Só quem tem um animal e o perde para a vida sabe a falta que faz. Receba meu abraço forte.

Unknown disse...

Faço das suas palavras, minhas. O mundo perdeu um pouco de sua cor sem você, Anitinha. :(

Trajetória da vida disse...

Sinto muito! Deus agora a colocou nesse céu dos gatinhos. E de lá a Anita tá olhando e cuidando de quem a cuidou. Beijo. =(

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?

Sim, tenho saudades.Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade