Desses encontros,
onde monólogos quebram o silêncio,
me diminuo como mulher.
Há sempre o homem presente,
que viveu, que experienciou,
e eu, a mulher, que escutou.
Que bela plateia.
Quando passa a bola (da conversa),
surge o desleixo pela fala.
O ouvido parece que embola,
e a boca da mulher (vazia),
mexe sem som,
fala um emaranhado de histórias
sobre homem, mulher,
bebida, trabalho, estudo,
gato, exercício.
Delas, se conclui:
é puta, é louca,
é chata, é burra,
é pobre.
A mulher fala tão pouco em um primeiro encontro que,
enquanto ela sabe de todos os projetos da vida do homem,
ele mal se lembra do nome dela.
Um comentário:
Pesadíssimo. Sempre bom tomar uns tapas na cara e ver que a vida é cara.
Ótimo retorno, end.
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